terça-feira, 24 de novembro de 2009

SILEL 2009 - O uso de tecnologias no ensino de LE


Tendo participado do último SILEL (Simpósio Nacional de Letras e Lingüística), realizado na Universidade Federal de Uberlândia, nos dias 17 a 19 de novembro de 2009, tive a oportunidade de assistir a diversas apresentações sobre o tema "tecnologia no ensino de língua estrangeira" e, por isso, gostaria de compartilhar alguns assuntos com vocês.


(I) Atividades de compreensão oral para o ensino de LE mediado por computador: (re)pensando o desenho - Rômulo Francisco de Souza

Fundamentação teórica:
- a natureza da compreensaõ oral parte do ponto de vista cognitivo;
- a compreensão oral (C.O.) é um processo de natureza multimodal, ativo, interativo e interpretativo;
- não se limita à decodificação do texto oral ouvido.

Toda atividade de C.O. deve ser dividida em três etapas:
- pré-escuta;
- escuta;
- pós-escuta.

O apresentador focou nas atividades de pré-escuta. Segundo ele, os objetivos de tais atividades são:
1- Ativar ou fornecer conhecimentos sobre o texto alvo a ser compreendido;
2- Ativar a schemata (esquemas de conhecimento prévio) do aluno;
3- Oferecer objetivos de escuta para o aprendiz.

Exemplos de atividades pré-escuta:
- ler um texto introdutório sobre o assunto;
- conversar com os alunos sobre o assunto a ser tratado;
- ler perguntas de um questionário (que serão respondidas durante e/ou após a escuta);
- levantar lista de ítens, idéias ou sugestões;
- completar um gráfico;
- prever a linguagem a ser ouvida no texto;
- re-ordenar um texto escrito que terá o mesmo assunto do texto radiofônico;
- explorar ferramentas informatizadas que promovam a interação assincrônica entre aprendizes, visando o acesso ao insumo produzido.

Dentro deste último item, o apresentador fez uma análise de softwares já existentes no ensino de língua italiana, ressaltando que o desenho do software pode ser repensado para qualquer outra LE. De fato, a sugestão mais interessante e aplicável a diversos contextos de ensino foi a de criar uma rede interna (intranet) nas escolas (regulares ou de idiomas) que possibilite a transmissão de conhecimentos por meio de tarefas a serem realizadas pelos alunos e, posteriormente, avaliadas pelo professor. O apresentador deixou claro que, de acordo com os objetivos de ensino e aprendizagem, o professor de LE deve aliar-se a um especialista em informática, se necessário, no sentido de criar softwares que promovam a aquisição da LE.


(II) A construção colaborativa de material didático virtual por professores e alunos - Marcos Racilan Andrade

O objetivo da apresentação de Marcos foi a divulgação do Projeto IngRede tal como tem sido utilizado na UFMG. Tal projeto tem como objetivo a leitura instrumental, de modo a habilitar alunos graduandos a lerem textos em língua inglesa, cujo conteúdo seja específico de sua área de formação.

O projeto se vale do uso da plataforma Moodle, sendo que o curso é oferecido em CDs-Rom aos alunos univesitários participantes do consórcio formado por 10 universidades federais (UFG, UFMG, UFMT, UFRJ, UFSJ, UFSM, UFU, UFJF, UFPA e UFPEL).

Na UFMG, todos os alunos, independentemente da graduação que cursam, participam do projeto, tendo sido divididos por áreas. Os resultados do projeto podem ser vistos por meio de um glossário e de uma biblioteca virtual, ambos criados colaborativamente. A elaboração do glossário consiste na participação de cada aluno, que deve postar 5 definições de palavras e 5 exemplos de usos contextualizados das palavras postadas por seus colegas. Já a biblioteca virtual foi crada a partir de atividades de leitura e posterior postagem em blog coletivo de textos da área.

Se alguém se interessar, existem alguns artigos em formato PDF sobre o assunto, sendo um publicado por uma profissional da área de Letras (profª Vera Menezes - http://www.veramenezes.com/ e http://veramenezes.blogspot.com/) e o outro, por pessoas da área de Engenharia Mecânica (este explica as tecnologias usadas na criação do projeto):

http://www.veramenezes.com/projingrede.pdf

http://www.pp.ufu.br/Cobenge2001/trabalhos/EDV002.pdf


(III) O uso da webquest e podcasting na criação de material didático para o ensino de LE - Vanessa Cristiane Rodrigues Bohn

Segundo a apresentadora, a webquest é fundamental para guiar os alunos nas pesquisas. Ela define webquest como uma metodologia de pesquisa orientada, desenvolvida pelo professor e solucionada pelos alunos, sendo que o principal meio de pesquisa é a internet.

Uma webquest tem a seguinte estrutura: introdução, tarefas, processo, recursos, avaliação, conclusão e créditos. Ela também deve fornecer tarefas que obedeçam ao princípio dos três "erres" (R): rica, relevante e real.

O principal site de webquest existente (http://www.webquest.org/) fornece informações sobre o uso e a criação de webquests, porém somente leitores de língua inglesa têm acesso a seus conteúdos.

Além de abordar o uso da ferramenta webquest, a apresentadora também forneceu informações sobre o uso de podcasts no ensino de LE. O podcast é uma forma de publicação de arquivos de áudio ou vídeo na web. Geralmente, são salvos em MP3. Os arquivos podem ser baixados desde que o usuário esteja subscrito em algum agregador para receber a atualização automaticamente.

O mais interessante dessa comunicação foi o fato de a apresentadora ter mostrado as possibilidades pedagógicas do uso dessas duas ferramentas online ao ter aliado o uso de webquests ao uso de podcasts no ensino de LM. Na verdade, creio que a atividade possa se adequar ao ensino de LE também, desde que as tarefas atendam a objetivos didáticos específicos. Para ver a webquest sobre podcast criada por Vanessa, acesse:

http://www.vanessarodrigues.net/webquest/index.html

Um abraço,

Stephania

2 comentários:

Kleber disse...

Fabulosa participação da nossa colega. Fiquei instigadíssimo por saber mais sobre o que já se usa em educação dentre tais recursos. Vários setores e empresas já fazem uso do podcast e outras ferramentas como esta para divulgação, compartilhamento de informações, otimização da comunicação... enfim... O grande desafio está na adesão da classe docente e educacional em geral a tais tecnologias. Quem dera houvesse mais umas três Stephanias no nosso grupo para este blog bombar continuadamente com conteúdo sério e útil. Valeu mesmo. Parabéns.

Vanessa Bohn disse...

Olá Stephania!!

Aodrei encontrar uam postagem na web sobre o Silel e sobre o GT que eu participei.
Convido vc e todos os leitores do seu blog para participarem no blog web 2 no ensino e na rede social.
Vamos trocar ideias e experiencias sobre as tics na educação.
Abraço,
Vanessa