quinta-feira, 18 de junho de 2009

BEIJA-FLOR NO INCÊNDIO

Diante dos desafios que a atual situação da educação no contexto em que vivemos nos impõe, rabisquei uma lembrança para expressar a forma como eu me sinto. Decidi reler a estória do beija-flor que tenta fazer sua parte em apagar o incêndio na floresta carregando o que pode de água no bico, mas achei que algumas circunstâncias da nossa profissão nos colocam presos nestas gaiolinhas, fazendo parecer que não haverá saída senão morrer queimados.

Foi quando um lampejo de otimismo me fez deixar as portas das gaiolinhas abertas, como se não estivesse tudo perdido. Daí eu me perguntei, estará mesmo tudo perdido? Para quem? Parece que nem todo mundo vê que a portinhola está escancarada e mesmo vendo, que fazer diante disso? Talvez meus pares não vejam nem o incêndio. Talvez essas chamas cujas cores confundem-se com o desenho das grades da minha gaiola sejam fruto desse sentimento de pequenez que temos numa carreira que é tão distante das ambições e aspirações em relação ao poder econômico que os outros caminhos vislumbram dentro de sei lá que grades.

Por tudo isso, penso que nós professores de língua estrangeira estamos talvez assim: pequenos e livres como beija-flores.
Kleber

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