sexta-feira, 26 de junho de 2009

O professor e o ator

Risos e lágrimas! Comédia e drama! O lúdico versus o real!
Durante as aulas de pós-graduação em Metodologias de Ensino de Língua Estrangeira, me deparo com dúvidas, incertezas e contradições dentro de mim mesma.
Mais do que conceitos e teorias, aprendemos a nos transformar, a desconstruir o velho e promover a construção do novo e mais rígido.
Para isso, devemos nos implicar, de modo semelhante a um ator em processo. Assim disse Stanislaviski, expoente do teatro dramático: "Esqueça de tudo, deixe fluir". Segundo o teórico, o ator é levado a proceder a uma profunda análise de si mesmo e descobrir os objetivos do personagem em cada cena, dentro do objetivo geral da peça.
Permitam-me decodificar alguns vocábulos do parágrafo anterior, analogias muito pessoais: profunda análise x professor reflexivo, cena x aula, objetivo geral da peça x ensino e aprendizagem, personagem x professor.
Sim, talvez, o professor seria o personagem, a persona, o caráter, aquele que descobre estratégias de ensino e mais se aproxima do ideal do professor na vida real.
Passam-se os anos, os séculos, mais precisamente o século XIX e o início do XX. Crises, epidemias, guerras, e um novo mestre: Bertolt Bretch e o seu teatro épico.
Quem sabe ele contradiria a analogia anterior: personagem x professor e sugeriria ator x professor.
O ator, segundo Bretch, vem antes do personagem e tem a consciência de que seus personagens e ações são fictícios, porém foca o trabalho na reflexão e na crítica.
Muitos artistas acreditam que esta forma torna a platéia mais ativa e autônoma e a encoraja à interação e a uma posição mais crítica diante da peça. Ou aula?
Provavelmete vocês estão pensando que a Silvia não está falando de teatro dramático ou épico, mas do Non-sense. E também é possível que Stanislaviski e Bretch estejam agoram se remexendo nos túmulos.
Talvez, são hipóteses! O que acredito é que ninguém transforma ninguém, nem o professor, nem o ator, somente nós mesmos, da forma e quando quisermos e pudermos.
Abramos, pois, nosso coração para a complexidade de nossa profissão, professores, e para o sentimento do amor, palavra que a Veronica medrosamente, porém bravamente, balbuciou quando nos foi questionado quais são as qualidades essenciais do professor.
Não balbuciemos mais, mas respondamos convictos: AMOR
Silvia

3 comentários:

Anônimo disse...

Bravo! Bravo! Gostei deste! Por que será? Que este blog seja palco, transcenda os bastidores da nossa cena e alcance uma platéia cada vez maior.
Kleber

Unknown disse...

A idéia desse blog muito nos agrada visto que os professores de língua estrangeira (Inglês) quase nunca são lembrados como deveriam ser. Aqui no meu estado, por exemplo, (MS) existe a possibilidade da Língua Inglesa ser substituída pelo Espanhol em 2010. E o que é pior, pasmem!!! Os professores de Língua Inglesa serão "capacitados" durante 6 meses para atuar na área de Língua Espanhola!!Uma página como essa proporciona meios para que possamos interagir e discutir esses absurdos que ocorrem no meio educacional onde alguns trabalham em prol da educação e outros, muitos, diga-se de passagem, a vêem como um labratório onde podem especular e por em prática seus desmandos por puro capricho político...Ensinar Inglês para mim é um desafio que escolhi como meio de vida e é assim que espero passar a minha vida( ou esperava).

Anônimo disse...

Não perca no nosso blog um vídeo para refletirmos no que esse mundo em que estamos já nos exige em termos de flexibilidade e preparo para essas marés cada vez mais imprevisíveis.
Kleber